terça-feira, 22 de novembro de 2011

VI JORNADA DA DELEGAÇÃO GERAL - MARANHÃO

HÁ MUDANÇA NA ORDEM SIMBÓLICA NO SÉCULO XXI?
Data: 02 e 03/12/2011
Local: Uniceuma - Renascença II
Convidada: Sonia Vicente, Psicanalista, Membro da Associação Mundial de Psicanálise, Membro da Escola Brasileira de Psicanálise - Seção Bahia
Informações: (98) 9114-5833 / 8811-7972

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

ENCONTRO COM JACQUES‐ALAIN MILLER Convidado pela livraria Vents d’Ouest Acolhimento por Jean--Louis Gault


 Esta retomada se anuncia lacaniana com o aniversário dos trinta anos do desaparecimento de Lacan e da publicação simultânea de três obras:

 1. O seminário 19 de Lacan: “... ou pior”.

 2. Um pequeno volume, modesto por seu formato, mas grande por seu conteúdo, agrupando três conferências que Lacan fez no mesmo ano desse seminário, e reunidas sob o título: “Je parle aux murs ”.  Jacques-¬‐Alain Miller é o editor desses dois livros, ele estabeleceu o texto e garantiu sua realização. A terceira publicação se intitula “Vida de Lacan”. Foi escrita por Jacques-Alain Miller. É a primeira parte de uma obra mais completa a ser publicada no início de 2012, sob o mesmo título. Lacan esperava seu Plutarco, doravante o teremos com essa «  Vida   ».
Essa retomada, estimada como lacaniana, torna-se subitamente milleriana. É o resultado imprevisto de algumas más maneiras. As coisas foram engendradas aqui em Nantes durante o verão, quando Samuel    Badaud, do departamento de ciências humanas da livraria Vent d’Ouest, revelou a Jacques-¬‐Alain Miller as manobras surdas que visavam omitir seu nome e eliminar sua pessoa desta excepcional atualidade editorial, da qual ele era, no entanto, um artesão infatigável. Tentaram apagar seu nome e afastar sua pessoa, esse cálculo medíocre teve um efeito contrário. Jacques--‐Alain Miller movimentou ruidosamente a cena midiática editorial.    Para nossa felicidade surgiu o dragão saltante. Refiro-me aqui a esse animal da tradição chinesa que encantava Lacan, uma figura simpática, poderosa e protetora. Esse tsunami, desencadeado pela Vent d’Ouest, se estendeu às principais livrarias da França. Essa onda benfeitora limpou as pocilgas das águias da edição e varreu os falsos ídolos dos quais se exagera a opinião.

Quem é Jacques-Alain Miller ?

 1. É aquele que soube decifrar Lacan, que pôde lê-lo e nos tornou sua leitura possível. Ele é nosso     Champollion. Até ele se podia encantar com os voos de Lacan, mas éramos incapazes de lê-lo, de lê-lo rigorosamente em todas suas articulações. Essa capacidade de ler Lacan foi demonstrada muito cedo, na idade de 22 anos quando   Jacques-Alain Miller  realizou, a  pedido de Lacan,  para o   volume   dos Escritos, o que    se chama  simplesmente “Index raisonné des concepts majeurs”. Esse index é qualificado  como “ chave” por Lacan. Ele dá acesso segundo uma estreita ordem a cerca de trinta textos que compõem sua obra.  Jacques-¬‐ Alain Miller perseguiu esse trabalho de decifração e de leitura em seu curso semanal, mantido com constância há 40 anos, sob o titulo de “Orientação Lacaniana”. Esse curso nos está prometido à publicação nas novas Edições do Campo Freudiano, e nos regozijamos disso.  Que saibamos ou não, queiramos ou não, todas leituras que podemos fazer têm seu ponto de partida na leitura feita por Jacques‐Alain Miller.   

2. Ele é um formidável fundador de instituições. Depois que Lacan, em 1980, dissolveu sua Escola e sua  morte, em 1981, é preciso um abrigo para seu ensino e um lugar para seus alunos trabalharem. É isso que  Jacques-Alain Miller empreendeu construindo a Escola da  Cause Freudiana. Desde que ele partiu ao encontro daqueles que apelavam ao ensino de  Lacan fora de nossas fronteiras, progressivamente, ele colocou sob seus pés as sete Escolas do Campo Freudiano, reunidas desde 1992 na Associação Mundial de Psicanálise.

3. Jacques-Alain Miller é um escritor do qual amamos a prosa erudita, luminosa e alegre. Ele escreveu suas «Cartas a opinião esclarecida», «O sobrinho de Lacan»,  « Un  début dans la vie»,  «O segredo dos deuses».  Hoje ele nos dá sua « Vida de Lacan   ».  
 Da ação de Jacques-Alain Miller onde quer que ela se exerça, eu direi aqui, resumindo em uma fórmula: «Tudo que ele toca se torna grande ». Desde este verão, os rádios, os jornais e os que vivem nas clarabóias   nos ensurdecem com vozes sombrias daqueles que não gostam de Lacan.  Daqui para frente aqueles que amam Lacan fazem suas vozes serem ouvidas claras e fortes.   A favor dos incidentes recentes, Jacques-Alain    Miller,    nos disse ”tornou-se real". Nós amamos esse real que recebemos esta tarde. Quando nos parece ser uma festa, os rostos se iluminam, os espíritos se despertam, nós lhe dizemos bem-vindo entre nós e aplaudimos sua presença

Éric Zuliani