domingo, 10 de junho de 2012

CONFERÊNCIA DE JACQUES-ALAIN MILLER: 27 de abril de 2012 – Buenos Aires



N
ão os farei esperar mais pelo tema do próximo Congresso. Uma nova série de três temas começou com este Congresso : « A ordem simbólica no século XXI ». Será uma série especialmente dedicada ao aggiornamento, como se diz em italiano, à atualização de nossa prática analítica, de seu contexto, de suas condições, de suas coordenadas inéditas no século XXI, no momento em que se desenvolve o que Freud chama: «O mal-estar na cultura», que Lacan lerá como os impasses da civilização.
Trata-se de deixar para trás de nós o século XX, para renovar nossa prática no mundo, ele mesmo bastante reestruturado por dois fatores históricos, dois discursos: o discurso da ciência e o discurso do capitalismo. Estes discursos dominantes da modernidade começaram, desde seu aparecimento, a destruir a estrutura tradicional da experiência humana. O domínio combinado desses dois discursos, cada um se apoiando no outro, tomou tal amplitude que conseguiu destruir, e talvez estraçalhar, os fundamentos mais profundos da tradição.

Vimos isso, durante este Congresso, com o transtorno advindo na ordem simbólica, cuja pedra angular o Nome-do-Pai está fissurada. E, como diz Lacan com extrema precisão, o Nome-do-Pai segundo a tradição foi tocado, desvalorizado, pela combinação dos dois discursos, o da ciência e o do capitalismo. O Nome-do-Pai é uma função chave do primeiro ensino de Lacan ; pode-se dizer que ela é reconhecida através de todo o campo analítico, quer seja lacaniano ou não.
Esse Nome-do-Pai, essa função chave o próprio Lacan a rebaixou, depreciou ao longo de seu ensino, acabando por fazer do Nome-do-Pai nada mais que um sinthoma, ou seja, uma suplência ao furo. Podemos acrescentar aqui, nesta assembleia – fazendo um curto-circuito – que esse furo preenchido pelo sintoma Nome-do-Pai reenvia ao impossível da relação sexual na espécie humana, a espécie dos seres vivos que falam. O declínio do Nome-do-Pai na clínica introduz uma perspectiva inédita apreendida por Lacan sob a fórmula: «Todo mundo é louco, quer dizer, delirante». Isso não é um chiste, estende-se a categoria da loucura a todos os seres falantes: aqueles que sofrem por não ter nenhum saber sobre o sexo. Esta frase, este aforismo, diz respeito ao que está dividido nas diversas estruturas clínicas: neurose, psicose e perversão. Isso bascula, balança, a diferença feita até então entre neurose e psicose, base para o diagnóstico psicanalítico e tema inesgotável dos ensinos.

Para o próximo Congresso, eu proponho que examinemos as consequências dessa perspectiva, estudando o real no século XXI
Lacan faz desta palavra: «o real», um uso que lhe é próprio, que não foi sempre o mesmo e que teremos de esclarecer. Contudo, creio que haja uma maneira de dizê-lo que apresenta um tipo de evidência para cada um, para todos aqueles que vivem no século XXI, além dos lacanianos. É, pelo menos, um tipo de evidência para aqueles que foram formados no século XX, e que hoje e por algum tempo são do século XXI.
Há uma grande desordem no real.
Este é o título que proponho para o Congresso de Paris 2014: «Uma grande desordem no real no século XXI»

Gostaria de comunicar-lhes agora minhas primeiras reflexões sobre este tema, sobre este título, cuja formulação encontrei há dois dias. São reflexões arriscadas, para dar início à nossa conversação sobre a Escola Una, que vai durar dois anos, e não para encerrá-la.
A primeira reflexão que me ocorreu, eu a tomei como ela se apresentava, é a seguinte: antes, o real se chamava a natureza. A natureza era o nome do real, quando não havia desordem no real. Quando a natureza era o nome do real, podia-se dizer, como o fez Lacan, que o real volta sempre ao mesmo lugar. Somente  nessa época, naquela em que o real se disfarçava de natureza, o real parecia ser a manifestação mais evidente e mais elevada do conceito de ordem. Ao real que volta sempre ao mesmo lugar, Lacan opunha o significante, que se caracteriza por estar sempre se deslocando, a Enstellung –como dizia Freud. O significante se conecta, se substitui de forma metafórica ou metonímica e retorna ali onde não se espera, de surpresa. Ao contrário, o real – na época em que ela se confundia com a natureza – se caracterizava por não surpreender. Podia-se esperá-lo tranquilamente no mesmo lugar e na mesma data. Os exemplos de Lacan ilustram isto,  como o retorno anual das estações, o espetáculo do céu e dos astros. Toda a antiguidade está apoiada nisso, com os rituais chineses, os cálculos matemáticos baseados na medida dos astros, etc. Pode-se dizer que,  nessa época, o real enquanto natureza tinha a função de Outro do Outro. O real era a própria garantia da ordem simbólica.

Assim, a agitação retórica do significante no dizer humano estava enquadrada por uma trama de significantes fixos como os astros. A natureza – esta é sua definição - se define por ser ordenada, quer dizer, por ser a conjunção do simbólico e do real. De tal maneira que, segundo a tradição mais antiga, toda ordem humana devia imitar a ordem natural. Sabe-se bem, por exemplo, que a família como formação natural servia de modelo para o ordenamento dos grupos humanos e que o Nome-do-Pai era a chave do real simbolizado.
Os exemplos desse papel da natureza não faltam na história das ideias. Eles são abundantes e não tenho tempo para me estender acerca disso hoje. Esses serão pontos a ser explorados. Explorar a história da ideia de natureza, com a fórmula posta de que a natureza era o real, a ordem. Por exemplo, o mundo com a física de Aristóteles se ordena segundo duas dimensões invariáveis: o mundo de cima, separado do mundo sublunar, e cada ser buscando seu próprio lugar. É assim que funciona essa física, que é uma tópica, quer dizer, um conjunto de lugares bem fixados.

Com a chegada do Deus da criação, o Deus dos cristãos, a ordem permanece vigente, na medida em que a natureza criada por Deus responde à sua vontade. É a ordem divina, mesmo que não exista mais a separação dos dois mundos aristotélicos. A ordem divina é como uma lei promulgada por Deus e encarnada pela natureza. A partir daí se impõe a lei natural.
O conceito da lei natural emana deste ponto. São Tomás de Aquino dá a esta lei uma dimensão imperativa. Noli tangere natura: «Não tocar a natureza». Tinha-se realmente o sentimento de que se podia tocá-la, face aos atos humanos que iam contra a lei natural, por exemplo, os atos de barbárie, que se opunham ao imperativo de não tocar a natureza.
Devo dizer, mesmo que essa não seja a opinião de todos aqui, que considero admirável a maneira como a igreja católica, ainda hoje, luta para proteger o real, sua ordem natural, nas questões da reprodução, da sexualidade ou da família. São elementos anacrônicos, mas que testemunham a duração e a solidez desse discurso antigo. Aí está um discurso admirável como causa perdida, pois todo mundo se dá conta que o real não está mais na natureza. Desde o início, a Igreja tinha entendido que o discurso da ciência ia tocar o real enquanto natureza, que ela protegia. Mas não bastava encarcerar Galileu para deter a irresistível dinâmica científica. Não bastava qualificá-la de turpitudo – em latim – a avidez pelo ganho, a ganância, para deter a dinâmica do capitalismo. São Tomás utiliza a palavra latina turpitudo para falar do progresso. Causa perdida? Lacan dizia, no entanto, que a causa da igreja anunciava, talvez, um triunfo. Por que? Por que o real, destacado da natureza é pior e se torna cada vez mais insuportável. Nostalgia de uma ordem perdida que, ainda que impossível de recuperar, segue vigente como uma ilusão.

Antes do aparecimento do discurso da ciência, se desenhava um desejo de tocar o real, agindo sobre a natureza : domesticá-la, mobilizar e se servir de sua potência. Como ? Antes da ciência, um século antes do aparecimento do discurso científico, esse desejo se manifestava na magia. A magia é outra coisa que o truque do mágico para distrair as crianças. Lacan lhe confere tão grande importância que, em seu último texto dos Escritos: «A ciência e a verdade», ele inscreve a magia como uma das condições fundamentais da verdade: magia, religião, ciência e psicanálise. Quatro termos que já antecipam os famosos «quatro discursos».
A magia é o apelo direto ao significante da natureza pelo encantamento. O mágico fala para fazer falar a natureza, para perturbá-la, para infringir a ordem divina do real. Os mágicos foram perseguidos, pois a magia era da ordem da bruxaria. Contudo, a moda da magia já era um desejo de discurso científico. É a tese da erudita Frances Yates, que considera que o hermetismo preparara o discurso científico. É um fato histórico que o próprio Newton foi um distinto alquimista. Ela escreveu sobre Keynes, o economista, que dizia que Newton tinha passado mais tempo se ocupando da alquimia que das leis da gravitação. Esse ramo da história da ciência será um ponto a ser estudado. Mas seguiremos, principalmente, a Alexandre Koyré que ressalta a diferença entre a magia, que faz falar a natureza, e a ciência, que a faz se calar. A magia é encantamento, ocultação, retórica. Com a ciência se passa da fala à escritura, conforme o dizer de Galileu: «a natureza está escrita em linguagem matemática».
Lacan, no fim de seu ensino, não hesitava em se perguntar se a psicanálise – quando já não pensava mais em transformar a psicanálise em ciência – não estaria mais do lado da magia. Ele disse isto apenas uma vez, mas é preciso levar em conta. Assiste-se a uma mutação da natureza, que se pode apreender pelo aforismo de Lacan: «Há um saber no real». Eis aí o novo: alguma coisa que se escreve no próprio coração da natureza. Continuou-se a falar de Deus e da natureza, mas Deus é apenas um sujeito suposto saber no real. A metafísica do século XVII descreve um Deus do saber que calcula, como diz Leibniz, ele mesmo é o cálculo, precisa Espinoza. É um Deus matematizado.

A referência a Deus permitiu, velando a antiga face de Deus, a passagem do cosmos finito ao universo infinito. Com o universo infinito da física matemática, a natureza desaparece e os filósofos do século XVIII fazem dela apenas uma instância moral. O universo infinito faz a natureza desaparecer e desvela o real.
Eu me perguntei sobre a fórmula: «Há um saber no real». Seria tentador dizer que o inconsciente se situa nesse nível. Mas, ao contrário, a suposição de um saber no real parece ser o último véu a se levantar. Se há um saber no real, há uma ordem que o saber científico pode prever. O saber científico permite, de fato, prever, é seu orgulho, já que ele demonstra a existência de leis, e não há necessidade que elas sejam enunciadas por um deus, para que vigorem. É através dessa ideias das leis que a velha ideia da natureza se cristaliza na expressão: «As leis da natureza». Einstein, como diz Lacan, se referia a um deus honesto, que rejeita todo acaso. Era sua maneira de se opor às consequências da física quântica de Max Planck. Existia, em Einstein, uma tentativa de deter o discurso da ciência e a revelação do real. Pouco a pouco, a física cedeu lugar à incerteza e ao acaso, ou seja, a um conjunto de noções que ameaça o sujeito suposto sabe. Não se pôde mais fazer a equivalência entre o real e a matéria. Com a física subatômica, os níveis da matéria se multiplicam, e o A da matéria, como o 
A da mulher, desaparece. Posso fazer aqui um atalho: em relação à importância das leis da natureza, entende-se a repercussão que teria o aforismo de Lacan: «o real é sem lei», que testemunha uma ruptura total entre a natureza e o real. Ela rompe, de maneira definitiva, a conexão entre a natureza e o real. Ela ataca a inclusão do saber no real, que mantém a subordinação ao sujeito suposto saber.
Na psicanálise não há saber no real. O saber é uma elucubração sobre o real, um real desprovido de toda suposição de saber. Pelo menos é assim que Lacan inventou o real, até se perguntar se isso não era seu sintoma, se não era a pedra angular que mantinha a coerência de seu ensino. O real sem lei  parece impensável. É uma ideia limite que quer dizer, primeiro, que o real é sem lei natural. Por exemplo, tudo que tinha sido a ordem imutável da reprodução se move e se transforma, seja no nível da sexualidade ou da constituição do ser humano, com todas as perspectivas que aparecem hoje, no século XXI, para melhorar a biologia da espécie.

O século XXI se anuncia como o grande século da bioengineering, que abrirá a porta para todas as tentações da eugenia. A melhor ilustração disso que experimentamos, hoje, se encontra no «Manifesto comunista» de Karl Marx, a respeito dos efeitos revolucionários do discurso do capitalismo na civilização.
Gostaria de ler para vocês algumas frases de Marx, que ajudam a refletir sobre o real:
«A burguesia não pode existir sem revolucionar constantemente os instrumentos de produção, o que quer dizer, as relações de produção, quer dizer, o conjunto das relações sociais. (…) Esse constante abalo de todo sistema social. (…) Todas as relações sociais, cristalizadas e cobertas de ferrugem, com seu cortejo de concepções e de ideias antigas e veneradas, se dissolvem;(…) Tudo que tinha solidez e permanência se esvai como fumaça, tudo que era sagrado é profanado…»
O capitalismo mais a ciência estão ligados para fazer a natureza desaparecer, e o que resta desse desaparecimento é o que chamamos o real, um resto, e, por estrutura, desordenado. Toca-se o real por todos os lados, segundo os avanços do binário capitalismo-ciência, de maneira desordenada, ao acaso, sem que se possa recuperar a menor ideia de harmonia. Houve um tempo que Lacan falava do inconsciente como um saber no real, quando ele dizia que ele era estruturado como uma linguagem. Ele buscava, então, as leis da fala, a partir da teoria do reconhecimento de Hegel : reconhecer para ser reconhecido. As leis do significante, a relação de causa e efeito entre significante e significado, entre metáfora e metonímia, ele as apresentava como saber ordenado, sob a forma dos grafos, sob o predomínio do Nome-do-Pai na clínica e no registro fálico da libido. Mas, em seguida, outra dimensão apareceu com lalíngua, pois, se há leis da linguagem, não há leis da dispersão e da diversidade das línguas. Cada língua é forjada pela contingência e pelo acaso. É por isso que o inconsciente tradicional –para nós, o inconsciente freudiano–  nos aparece como uma elucubração de saber sobre um real, uma elucubração transferencial de saber, que acrescenta a esse real uma função de sujeito suposto saber, pronta para se encarnar em outro ser vivo. O inconsciente, se ele pode se ordenar enquanto discurso, só é extraído da experiência analítica, e a elucubração transferencial visa dar sentido à libido, condição necessária para que o inconsciente seja interpretável. Isso supõe uma interpretação prévia, quer dizer, que o inconsciente interprete.

O que o inconsciente vai interpretar? Para responder a esta pergunta, é preciso introduzir a palavra: «real». Na transferência, é o sujeito suposto saber que interpreta o real. O que se elabora é um saber não no real, mas sobre o real. É aí que situamos o aforismo: «o real não tem sentido», que é uma condição do real. Na medida em que se chegou ao que está fora do sentido, pode-se pensar que se saiu das ficções construídas em nome de um querer dizer. «O real não tem sentido», não responde a nenhum querer dizer, o sentido vem com a elucubração fantasmática. Os testemunhos de passe, essas pedras preciosas de nossos congressos, são os relatos da elucubração fantasmática de cada um, a partir da expressão e da construção singular de sua experiência analítica reduzida a um núcleo, a um pobre real que se atenua até se tornar um puro encontro com lalíngua e seus efeitos de gozo sobre o corpo. Um puro choque pulsional.
O real não é um cosmos, um mundo, nem uma ordem, é um fim, um fragmento assistemático, separado do saber da ficção, que nasce desse encontro com lalíngua e o corpo. O encontro não responde a nenhuma lei prévia, ele é contingente e perverso, pois se traduz por um desvio do gozo, com relação ao que ele deveria ser. O real inventado por Lacan não é o real da ciência. É um real do acaso, contingente, já que lhe falta a lei natural da relação sexual; é um furo de saber no real. Lacan se serviu da linguagem matemática, que convém mais à ciência. Nas fórmulas da sexuação, por exemplo, ele tentou apreender os impasses da sexualidade a partir da lógica matemática. Essa foi uma tentativa heróica para fazer da psicanálise uma ciência do real, da mesma maneira que a lógica, mas isso só podia se dar encerrando o gozo na função fálica, num símbolo. A simbolização do real tem como consequência reenviar ao binário homem/mulher, como se os seres falantes pudessem também ser distribuídos claramente, no momento em que vemos, no real do século XXI, uma desordem crescente da sexuação. É uma consequência secundária que se segue ao choque inicial do corpo com lalíngua, o real sem lei e sem lógica. A lógica acontece somente depois, com a elaboração, o fantasma, o sujeito suposto saber e a psicanálise.
Até este dia, sob a influência do século XX, nossos casos clínicos são construções lógicas de uma clínica sob transferência. A relação de causa/efeito é um prejulgamento científico, que se apóia sobre o sujeito suposto saber. A relação de causa e efeito não conta do ponto de vista do real sem lei, conta apenas como ruptura entre causa e feito. Donde, o chiste de Lacan: «Se vocês entendem como funciona a interpretação, não é uma interpretação». Com a psicanálise, essa que Lacan nos convida a exercer, encontra-se a ruptura do laço de causa a efeito, a opacidade do laço, e, é por isso que falamos de inconsciente. Dizendo de outro modo, a psicanálise encontra o recalcado e a interpretação do recalcado, graças ao sujeito suposto saber. No século XXI, a psicanálise deve seguir outra via : a da defesa contra o real sem lei e sem sentido. Lacan nos indica a via do real, assim como Freud fez com o conceito mítico da pulsão. O inconsciente lacaniano, do último Lacan, está no nível do real, digamos para simplificar : « sob » o inconsciente freudiano. Para entrar no século XXI, nossa clínica deverá se centrar na maneira de incomodar a defesa, de desregrá-la contra o real.

Numa análise, o inconsciente transferencial é uma defesa contra o real, que conserva uma intenção, um querer dizer, enquanto o inconsciente real não tem intencionalidade, mas se exprime por um: «É assim.», é nosso «Amém».
Várias questões se colocarão para o próximo Congresso: a redefinição do desejo do analista, que não é um desejo puro, nos diz Lacan, não é uma metonímia infinita, seria mais um desejo de atingir o real, de reduzir o outro a seu real e liberá-lo do sentido.
Lacan tentou representar o real como um nó borromeano. Perguntaremo-nos no que vale essa representação, em que ela nos serve hoje. Lacan se serviu do nó, de sua paixão pelo nó borromeano, para tocar essa zona irremediável da existência, como Édipo em Colona, onde se encontra a ausência absoluta de amor, de fraternidade e de todo sentimento humano. Eis onde nos conduz a busca do real desprovido de sentido.
Agradecimentos a Chantal Bonneau por seu trabalho de tradução. NDLR

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